Floripa – Malvinas – Cabo Horn

TRAVESSIA SUPER EXTREMA

Um breve adendo:

Essa travessia aconselhamos única e exclusivamente para aqueles que já tenham velejado bastante com o nosso comandante Felipe A. Caire e tenham um ótimo relacionamento com ele. Por isso, se você for mesmo embarcar nessa travessia, saiba que estará isolado do mundo e que irá realizar uma experiência espiritual muito profunda na sua vida.

Os benefícios e o amadurecimento interno serão inimagináveis, mas os momentos de sofrimento para que esse engrandecimento aconteça se farão necessários. Como diria Nietzsche: “é somente da dor que vem o verdadeiro aprendizado”. Mas nesse caso, teremos o benefício de estarmos cercados de maravilhas naturais e estarmos enfrentando desafios e nos superando a cada dia.

Realmente é uma experiência única que todos os seres humanos deveriam um dia experienciar e para que possam entender os verdadeiros significados da importância da nossa passagem nesse pequeno planeta que residimos.

A TRAVESSIA:

Saindo de Floripa, seguiremos costeando e enfrentando nosso primeiro desafio. Aclimatizarmos com os balanços da chata saída Sul de Florianópolis.

Costearemos até o Farol de Santa Marta e de lá diremos nosso adeus ao querido Brasil.

 

Só voltaremos a rever o Brasil muitos meses depois, e depois de termos realizados muitos sonhos, muitos desafios e percorridas muitas milhas!

Do Cabo de Santa Marta até as Malvinas teremos muitos dias de navegação e um jogo de incertezas com a Natureza

Por já estar próximos ao verão as chances de pegarmos uma frente fria é pequena. Mas no mar tudo pode acontecer!


Caso sejamos surpreendidos por uma frente fria de cara e estivermos muito afastados da costa (o que será mais do que provável), abaixaremos as velas e escolheremos um bom livro, faremos uma bela faxina e nos recomporemos dos dias de navegação.

Pois somente os tolos e os novatos tem a sanidade maculada para tentarem vencer as forças da Natureza. Dessa forma estaremos em árvore seca, com todas velas abaixadas e esperando o tempo mudar.

 


 A chegada nas Malvinas requer muito cuidado, pois as tide rips (correntes de maré) podem causar ondas abruptas e com cristas severas. Mas nada que um bom estudo na navegação e na hora certa de investir não minimize esses riscos.

 

Nas Malvinas, desejamos permanecer no mínimo 10 dias e conhecermos bem a região que merece nosso respeito e admiração.

Mistralis e sua tripulação em New Island – Falklands


 

Nosso comandante, Felipe Caire, “conversando” com os pinguins.


 De lá seguiremos para outra ilha maravilhosa e onde começa a ficar cada vez mais perigosa nossa navegação: Isla de Los Estados. Que mais parece um cenário de Jurassic Park!

 

Chegando na Isla de Los Estados


 

Uma ilha com seus altos picos nevados, com lagos semicongelados, baías profundas e uma vegetação de um verde maravilhoso.

Impossível descrever a beleza desse paraíso.

Depois seguiremos para nosso querido e amado porto seguro em Puerto Williams, no Micalvi.


 Detalhes específicos da navegação, da tripulação e do desafio em si:

A saída de Florianópolis é fundamental que aconteça em perfeita sintonia com as condições climáticas e com a saúde física e mental da tripulação. Todos precisam estar tranquilos e cientes de que pela frente teremos 1516 milhas náuticas e nenhuma possibilidade de parada em terra firme. Nenhuma ajuda de terra. A cama irá balançar 24 horas por dia. Alguns dias será impossível cozinhar. Outros dias a calmaria será de matar. E todos os mais de 10 dias que iremos viver confinados a bordo teremos que nos aturar. Teremos que saber lidar com nossas limitações. Saber respeitar os limites dos outros. Saber respeitar o silêncio. O espaço interior e exterior necessário para a sobrevivência nesse universo tão particular.

Sempre digo que não é necessário saber velejar para embarcar em nossas travessias extremas, mas sim saber se comportar como um ser humano de verdade. Um ser humano voltado as coisas primárias de nossa existência e não dependente dos artifícios da tecnologia moderna. Uma pessoa simples que saiba respeitar os limites, que queira realmente aprender, que queira de corpo, espírito, alma e coração estar ali. Saber velejar?! Não se preocupe, certamente você saira sabendo ao decorrer da viagem. Mas isso não é mesmo o mais importante. Basta querer estar ali!

Depois de decidida a data de saída teremos 3 complicados dias de navegação pela frente até nos afastarmos da costa do Rio Grande do Sul, onde ainda estaremos relativamente próximos à costa.

Nossa rota será sempre nos afastarmos cada vez mais e com isso ficarmos seguros dos barcos de pesca. Teremos mais tempo para dormir com calma e mais tranquilidade em nossas vigílias.

A medida que os dias forem se passando, que as os graus forem aumentando…consequentemente o frio também irá aumentando e teremos que ir nos encapotando. Nossas roupas irão engrossando. Iremos nos adaptar aos poucos a um clima cada vez mais frio, a um mar cada vez mais grosso, a ondas mais soturnas e a solidão surgindo aos poucos.

Mas em breve as Falklands / Malvinas estará em nosso GPS e já poderemos comemorar os inesquecíveis dias que iremos viver por lá. Lá pretendemos curtir realmente a ilha. Pedalar. Caminhar. Mergulhar. Deixar o tempo passar e realmente curtir o sacrifício da viagem.

Aproveitar a vida em contato direto com a Natureza e vivermos. Fundearmos em vários lugares diferentes e nos sentirmos como descobridores de um lugar inóspito e maravilhoso.

Depois de uns 10 ou mais dias teremos pela frente 250 duras milhas de navegação até alcançarmos a Isla de Los Estados e fudearmos em Puerto Hoppner. Onde amarraremos o barco nas árvores e nas pedras, logo em seguida cataremos os deliciosos mexilhões, iremos nos empanturrar de tanto comer e celebrarmos com belas garrafas de vinho e depois um merecido e tranquilo descanso. Para então curtirmos com tranquilidade e calma uma ilha perdida nos confins do Fim do Mundo. Um local onde pretendemos acampar, nadar no lago, escalar e desbravar a ilha. Mais uma vez com muita calma e nos despedindo de nosso último pedacinho de terra firme que teremos nessa viagem.

Depois de Hoppner iremos apenas fundear na Bahia Crossley para conhecermos um refugio e uma praia bem perigosa em dias de tempestades no Cabo Horn. O mito já nos espreita e nos olha bem de pertinho. Após um breve fundeio e nosso último pernoite com a âncora no fundo, analisaremos a melhor hora para ultrapassarmos Le Maire e entraremos no Beagle para percorrermos saudosamente as últimas milhas até o rebocador Micalvi. Que agora acolhe um aconchegando clube de veleiros para os destemidos e corajosos velejadores do Fim do Mundo.


Data: verificar cronograma.

Valor: R$ 9.500,00 (e uma sensação única de felicidade, realização e conquista que nada nessa vida irá tirar de você!)



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