Desafio Geórgia do Sul

Desafio Geórgia do Sul

Nos passos de Shackleton

Faça parte da expedição brasileira a realizar os CAMINHOS DE SHACKLETON na Geórgia do Sul!

Pedimos que aqueles que queiram participar tenham um bom condicionamento físico e experiência em acampamento na neve.

Parte do charme da viagem é o que vem depois: um tour pelos outros cantos da ilha com o veleiro, incluindo os rochedos da King Penguin na Enseada Gold e a planície Salisbury, onde vivem milhares de animais, incluindo pinguins, elefantes marinhos e focas, que vivem em total e ruidosa harmonia (ou desarmonia rsrs), sem qualquer interferência humana. Além de sítios históricos (antigas estações baleeiras) e o belíssimo Fiorde Drygalski.


TRAVESSIA SHACKLETON – GEÓRGIA DO SUL

COMO É A TRAVESSIA

A travessia começa com um trajeto de bote do veleiro até o Campo Peggotty (em homenagem à casa-barco da obra de Dickens), onde o barco de Shackleton aportou, no fundo da Baía Rei Haakon, ladeada ao norte e ao sul por montanhas abruptas cercadas de geleiras. Dali o trajeto percorre pouco mais de 1 km pela praia até começar a subir em direção a uma pequena sela que separa a Baía Haakon da Baia Possession, chamada  Shackleton Gap. Mas o percurso não chega na sela. Pouco antes vira para sudeste para atravessar o Campo de Neve Murray, que sobe suave a 1070 metros, até a Aresta Trident, descrita por Shackleton como uma barreira de 5 penhascos rochosos que lembram os dedos da mão, por onde passa o caminho. A maioria das expedições acampa pouco antes de atravessar essa aresta, já a 12,8 km da Baía Haakon.

Da Baia Haakon a Stromness a travessia de 3 a 5 dias passa por um lindo e intocado relevo alpino. Boa parte da caminhada se dá em campos de neve e geleiras, sem grandes dificuldades técnicas, e termina numa longa praia. O ponto mais alto do trajeto é a aresta Trident, que chega a 1200 metros de altitude. A caminhada pode ser feita com raquetes de neve ou esquis com ”pele de foca” acoplada, uma vez que em nenhum momento há inclinações para se descer esquiando (a mesmo que se procure).  Apesar de pouco risco de gretas, a caminhada pela geleira requer que todos caminhem conectados por cordas.

Shackleton escreveu que atravessou a Trident pelo colo na extrema esquerda, mas hoje em dia as equipes utilizam o terceiro colo a partir da esquerda, o mais baixo dos quatro e considerado o mais fácil. No passo tem-se uma impressionante visão da geleira Crean, da Baía Antartica e, mais ao longe,  do oceano austral. O trajeto desce uns 300 metros até a geleira Crean – uma região geralmente varrida por fortes ventos –  que é atravessada por alguns quilômetros até perto do que Shackleton chamou de Great Nunatak, uma gigantesco pontão de rocha que se sobressai da geleira. Ali devemos montar nosso segundo acampamento, a 15 km da aresta Trident.

No terceiro dia é feita a travessia do Great Nunatak até a Baía Fortuna, cruzando toda a longa extensão da geleira Fortuna.  Alguns quilômetros depois do nunatak vê-se os destroços de um helicóptero inglês que caiu durante a guerra das Malvinas. A praia da Baía Fortuna – onde geralmente se monta o terceiro acampamento, está a 11 km do Great Nunatak.

O trajeto segue então até a parte mais profunda da Baía, atravessa pela água (pode chegar na altura da cintura) um riacho que desce da geleira Konig, e sobe uma suave rampa de neve até a sela que separa a Baía Fortuna da Baía Stromness – que já pode ser avistada.

O trajeto a partir daqui é uma linha reta. Foi nesse trecho que Shackleton e seus dois companheiros, já quase no inverno  – e exaustos para pensar numa solução melhor – fizeram um rapel de 5 metros para descer uma cachoeira. Hoje o trajeto faz um desvio fácil e chega na praia da Baía. Meia hora de caminhada já leva à antiga estação, 6 km desde o último acampamento.

Se hoje a estação está há muito abandonada, o que lhe dá um certo aspecto de “campo de concentração”, em 1916 ela significava a “civilização”!! Foi ali que os 3 britânicos terminaram (depois de 36 horas quase ininterruptas) talvez a mais intensa luta pela vida jamais documentada.

A residência do chefe da estação foi restaurada, como que para preservar a porta na qual Shackleton bateu perguntando pelo Mr. Sorlle: “Você me conhece? Meu nome é Shackleton!”


Descrição:

Dia 1-9 – Travessia Puerto Williams – South Georgia

Zarparemos (acho que é set sail) de Puerto Williams e seguiremos diretamente até a South Georgia, que encontra-se a cerca de 1070 milhas nauticas (cerca de 8 dias de viagem).

Dia 10-16 – Nos caminhos de Shackleton

Desembarcaremos nosso grupo de alpinistas e exploradores na ilha, como descrito acima. Agora a expedição se divide em duas: uma a bordo do veleiro e outra em terra firme.

Dia 17 – Encontro de toda a equipe

Depois que nossos bravos exploradores chegarem na antiga base baleeira e tiverem realizado o merecido descanso, seguiremos nossa navegação para o Rio de Janeiro.

Dia 18 – 28 – Retorno para o Rio de Janeiro

Agora vem a longa e emocionante travessia para o Rio de Janeiro. Após diversos cálculos achamos que o mais viável, logística e economicamente falando, seria voltamos diretamente para o Rio de Janeiro. Uma forma de encurtarmos a viagem e trazermos todos nossos tripulantes com segurança para seus lares!


Por favor envie e-mail para FELIPE CAIRE e tire todas suas dúvidas.

Valor: US$ 11.000

Serão aceitos apenas 4 tripulantes com experiência em escalada na neve.


Aqui vale um pequeno adendo. Escolhemos o Rio de Janeiro como porto de chegada pelo seu local estratégico para finalizar, tanto nossa volta ao mundo, quanto nossa chegada da Geórgia. Pois as correntezas e os ventos nos são mais favoráveis para lá.

Para um leigo que for ver o mapa poderá nos perguntar porque não desembarcamos todos na Argentina ou em Florianópolis. Em Mar de Plata, porto argentino mais próximo, teríamos que navegar cerca de 1450 milhas náuticas e as condições de navegação de leste para oeste não são muito favoráveis. Já o porto de Florianópolis teríamos cerca de 1650 milhas náuticas, ganharíamos 1 ou 2 dias, o que seria perdido na aproximação e na logística da aproximação. Além das complicações de navegarmos de leste para oeste. Já o porto do Rio de Janeiro, lembre-se que nosso planeta é redondo!, oferece uma navegação quase em linha reta da Geórgia e sempre com ventos favoráveis. Caso queira saber mais detalhes sobre nossa navegação, será um prazer para nosso comandante Felipe Caire explicar para você a bordo de nosso querido veleiro Mistralis.

Faça parte dessa histórica viagem do Mistralis e sinta as emoções de “conquistar” e vivenciar a história que marcou a forma de liderarmos nossas equipes.


HISTÓRIA, por Thomaz Brandolin

Quando li pela primeira vez o livro “A Incrível Viagem de Shackleton”, de Alfred Lansing, em 1992, foi um choque! Eu não consegui largar o livro de 280 páginas enquanto não terminei de ler!

Esse é o primeiro relato moderno de épica viagem à Antártica – uma das últimas da época heroica – daquele que se tornou um dos mais famosos exploradores de todos os tempos, e exemplo “clássico” de liderança em palestras pelo mundo afora.

Os britânicos tinham perdido a “corrida” pela conquista do Polo Sul para os noruegueses poucos anos antes, então Ernest Shackleton decidiu tentar uma das últimas conquistam que ainda restavam para os exploradores:  a primeira travessia a pé de toda a Antartica, passando pelo Polo Sul.

Reuniu seus homens no Endurance e em 1914 partiu para o Atlântico Sul. Mas eles nunca chegaram na Antartica. No início de janeiro de 1915 o navio foi aprisionado pelo gelo perto da costa, praticamente condenando  à morte seus homens. Depois de percorrer centenas de quilômetros à deriva para o norte, pelo Mar de Weddell, o navio acabou sendo esmagado pelo gelo e, um mês depois – em novembro daquele ano –  afundou, deixando sua tripulação de 28 homens à deriva em cima do gelo por mais 5 meses. Depois de percorrer outras centenas de quilômetros pelo gelo, finalmente em abril de 1916 conseguiram colocar os escalares no mar e alcançaram a remota Ilha Elefante.

Alguns dias depois, Shackleton e mais 5 homens partiram no pequeno (22 pés)  James Caird para uma dura e arriscada viagem de 16 dias e 1300 km, numa tentativa desesperada de chegar na inóspita ilha Georgia do Sul, e organizar um resgate dos demais. Graças à brilhante navegação de Frank Worsley, chegaram nessa ilha então inexplorada, com 30 km de extensão, coberta de geleiras e montanhas com quase 3 mil metros de altitude.

Mas eles chegaram no lado “errado” da ilha. Então, 3 deles (Shackleton, Tom Crean e Frank Worsley),  sem qualquer experiência, equipamentos ou vestimentas de escalada,  tiveram que fazer a travessia por geleiras e montanhas até a estação baleeira norueguesa Stromness do outro lado da ilha.

Quando o explorador – absolutamente esgotado, sem banho havia dois anos, com o rosto enegrecido, os cabelos compridos e endurecidos pelo sal, e com as roupas imundas e em frangalhos – finalmente bateu na porta do chefe a estação e se apresentou, o homem caiu em prantos. Tinha certeza que Shackleton e seus homens estavam mortos.

O fato é que essa histórica travessia, de 45 km, que não foi feita por esporte, mas pela vida de 28 homens, tornou-se um dos trekkings mais clássicos e cobiçados do mundo.

Mas não é para qualquer um! A remota Georgia do Sul está tão isolada que são … dias de veleiro sem escala até sua costa. E é essa oportunidade que estamos oferecendo agora no mercado brasileiro: – a viagem de veleiro até a ilha e o apoio logístico e de um guia de montanha profissional para esta histórica travessia!

Além da possibilidade de se avistar pinguins, focas, baleias, albatrozes e icebergs e, claro, o local onde Shackleton está enterrado, teremos o veleiro pronto para eventuais resgates em caso de qualquer imprevisto.



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